Fluir

Quando estiver sozinho, no aconchego do eu

Aprecie, verdadeiramente, e agradeça 

Por tudo que é, e "que é seu."

O que bem te fizer, mantenha o mais, esqueça. 

Se afloraram sorrisos, permita vir

Se brotarem lágrimas,  acolha-se, deixe cair

O seu interior é seu único ninho

Cubra-o, proteja-o com carinho

Não se sabe o que virá 

Enfrentar é "a" saída 

Como você fará?

Apenas saúde a vida!

Para tudo que será...

Para tudo que terá que ir...

Agradeça,  enfrente e deixe fluir!

APRENDIZADO

Não haverá adeus, 

Apenas um até um dia

Aprendi com ou amor dos meus

Somos eternos, energia 

A matéria encontra a finitude

A energia a renovação 

O limite não me ilude, 

Viver é uma lição 

E num reciclar sem fim

Em qualquer instante do porvir, 

Em qualquer forma de vida, ressurgir

Amor: o único sentimento 

Sem medida,  evoluir

Reviver - a qualquer momento. 

Docinho de Café

Ah! Se você fosse, o que eu pretendo

Na minha boca, suavemente envolvendo 

Meu paladar, sensação,  indescritível...

Num universo pouco crível,

Uma certeza totalmente palpável!

Um sabor de manhã,  de despertar.. 

Um sabor de viver para acordar,

Ou de acordar pra viver...

Meu dia, começar com você. 

Vida é sentir

E sentir é  viver!

Ah! quem me dera sentir minha a vida em você. 

E aos 60, Amor!

E eu que havia pensado

Do mundo haver visto tudo

Sou de vez arrebatado,

De um viver resignado

Um versejador calejado ...

Que de paixão fiquei mudo!

Sem saber como expressar

Qual palavra escrever

Como me posicionar?

Ah! E quem quer saber!

Vou é viver o amor

Sentir essa "vida" rara

Uma paixão em flor

Dara!

Inimigo de Mim

Vem, me fala que sou bom

Exalta-me as qualidades

Minimiza os defeitos 

Modula os efeitos

Modera também o "tom",

Usando as tuas verdades

E ... por fim

Revela com inocência 

O que não conheces de mim

E te horrorizar eu vou

Sem nenhuma complacência 

Porque descobri que eu sou

O Maior inimigo de mim!

Que quando quer desabafar

Quando o falar não agregue

Quando precisa chorar...

Meu eu não deixa, não consegue!

Para Liu

Lágrimas me inundam a visão 

Gratidão me preenche, quase inteiro

A dor da perda é imensidão 

Seis décadas de amor, um lumeeiro

Ausência é dor, é sofrimento 

Momento de mor-reflexão

Perder referência,  é banimento 

É querer amor,  por ser razão 

Vida que segue, mais vazia

Avaria de estrutura, num pilar 

Seguir sem mãe é uma cegueira

É vagar no escuro de se amar 

A destempo

A vida brinca com a gente

Como a onda com a areia

Levando, trazendo ... sempre

Independente do que se anseia

Não a comanda, a vontade

Insubmissa, subversiva, à razao

indiferente a verdade é de verdade...

Desobedece ao coração. 

Sou areia da ampulheta

A cada segundo, me desfaço 

A cada segundo, um abraço 

E me refaço, do outro lado... na colheita 

Da vida, em cada emoção. 

Levito, com meus pés no chão 

Adepto,convicto da razão 

Cresço,  sem medidas, no que refaço 

Me reconstruo, em cada abraço 

Escravo, resiliente...

Do meu próprio coração!